quarta-feira, 8 de outubro de 2008

E O GALLO ESTAVA CERTO...

Por Gustavo Foster


Nos idos do negro 2007, Píffero comandou um início de revolução (ou "renovação"). A era dos campeões do mundo já tinha acabado, e o grupo precisava de novos ares. E a mudança deveria começar pelo comando do grupo, que deixaria de ser do desmotivado Abelão e passaria às mãos do promissor Alexandre Gallo, apadrinhado do IMPOSSIBLE DREAM Vanderlei Luxemburgo. Gallo chegou com novas idéias, pensamentos ESQUERDISTAS em relação ao então trio de comando do vestiário, composto por FernanDeus, Iarley e Clemer. O último foi o primeiro. Ao velho arqueiro foi imposto o banco.


O novo titular seria Renan, que já não mais era uma promessa e passava a tornar-se unanimidade entre torcida e imprensa. Só que Clemer não aceitou muito bem ficar ao lado de Pinga e Christian (ainda mais quando os dois entravam em jogo e ele continuava, inerte) e passou a reclamar da reserva. Argumentava-se que ele era campeão mundial, que era experiente, seguro, líder dentro de campo. Paralelamente às reclamações do quase-quarentão, o Inter começou a ir mal nos campeonatos, Gallo começou a ser questionado, e a corda rompeu-se. Do lado mais fraco, como sempre. O técnico era o lado mais fraco e Clemer, contando principalmente com o apoio dos outros dois líderes, voltou à condição de titular quando Abel retornou de suas férias prolongadas.


Passam-se alguns meses e chegamos a outubro de 2008. Agora com o caxiense Adenor, Clemer continua sendo titular. Feliz da vida, o maranhense almeja chegar aos 40 anos como titular do centenário colorado. Só que começam as pataquadas: falha num jogo da Copa do Brasil contra o Sport, o que é pago através da vaga perdida; furada HOMÉRICA contra o Vasco, onde a idade mostrou face; saídas RECORRENTES do gol de forma esdrúxula e a gota d’água, uma defesa em dois tempos, onde a falta de segurança aliou-se ao azar e deu à luz a imagem mais bizarra da rodada. Se a paciência já era pouca, acabou. E hoje, às 16h do dia sete de outubro, Tite anunciou: "Quem estava certo era o Gallo!"


Clemer deveria ter ido para a reserva quando estava por cima. Quis ficar (e deixaram), a natureza fez o seu papel (é impossível um jogador de 39 anos ascender; a decadência é óbvia) e um ídolo, que, apesar de falhas, sempre foi um bom goleiro, com títulos imensos, vai se aposentar deixando uma imagem manchada para posteridade.


Saber parar na hora certa é uma arte.

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