segunda-feira, 27 de outubro de 2008

SOMOS TODOS MEIO MARAFÕES

Por Raphael Castro

É evidente que fiquei satisfeito com o resultado contra os nossos amigos “Orais” no meio da semana: ao que tudo indica, é a nossa grande (única?) chance de título no final deste ano da graça de 2008. Claro, o jogo de volta vai ser a refrega do ano, embutindo então o risco de, na hipótese de um insucesso, voltarmos ao molusco statu quo ante deste Brasileirão, que de fato não nos reserva muito mais além de enormes prejuízos com a compra de velas e de mertiolate (sim, porque pagar promessa dessas de ir até não-sei-aonde na base da genuflexão também é um investimento – dolorido sim, mas um investimento...).

Sula vs. “Proto-Robertão”

O diabo é que fatalmente chegará a hora de decidir entre uma ou outro. E, nesse outro, mesmo que remota, ainda está a chance de revisitarmos nosso gracioso e gingante (de ginga, com “n” mesmo) continente. Pessoalmente, estou entre aqueles que se vira para a tal da “Sula” apenas na hipótese de nada muito mais interessante ter a fazer. Sim, eu sei, sou mesmo um calhorda futebolístico: é uma coisa lá meio canalha ficar olhando a “Perseguida” (a Libertadores, não o que vocês pensaram) até o último minuto, enquanto, do outro lado, se fica festejando uma eventual classificação numa competição que tem o mesmo apelo de uma sobremesa de pupunha (ou seja, pode até ser gostosa, mas certamente não será a minha primeira opção).

Bola dividida

Pois é, e nisso tudo sou River desde criancinha. A esta altura do apocalipse ter que ir até o México disputar semi-final de uma competição que dá uma certa “projeção” pode se revelar terrível para aqueles que sebastianamente ainda esperam por carimbos mais refinados em seus passaportes. O ideal seria então que os galináceos vencessem os filhos de Montezuma (assim poderíamos até já deixar o Malbec pronto em algum bom restaurante em Puerto Madero). Tudo aqui perto, poderíamos ainda, quem sabe, dar as últimas lufadas em direção à Libertadores...

Imagine all the people...

Imaginem então o seguinte cenário: conseguirmos epicamente uma classificação para a principal competição continental do futebol sul-americano, e também trazer o caneco naquela um tantinho menos principal. Talvez seja mesmo o tal “jogo de ganha-ganha”, pois, em qualquer hipótese, ficaria garantido o sorriso; na minha lógica um tanto marafona, eu poderia me vangloriar em qualquer caso, mesmo que tivesse que erigir às alturas a taça da “Sula” (“pois é, dá direito a disputar a Recopa” e tal...) – parece até que já houve aquele desdém típico dos aflitos quando perdem, à menção da Sulamericana; já do nosso lado, ela passou a ser a nossa razão de existir. É, somos todos uns adoráveis marafões mesmo...

Lavoisier

Não consigo mesmo me decidir sobre o que fazer. O que fazer? O que priorizar? O fato é que será só pelanca a partir de agora. Qualquer vacilo, em qualquer das duas competições, nos deixará...bem, nos deixará prostitutos da vida! Pensando bem, sou vermelho, sou Inter, sou campeão do mundo: priorizar o quê? Pra quê? Vamos pras duas, ora! (como diria o meu químico, científico, letrado e destemido avô, S.Assis P.Ererê, “nada se ganha, tudo se conquista...”). Vamo’, vamo’, Inter...!

Tópicas: alerta

Consta que teria sido dito pela diretoria aflita que “não vamos mais jogar bonito”. Ah, tá...pô, que pena – mas ainda bem que avisaram, né...

Bem, caros leitores, por enquanto é só isso – e ponto final.

Fui (e não a pé).

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