sexta-feira, 10 de outubro de 2008

TARDE DEMAIS.

Por Thiago Marimon


- Anota aí e me cobra depois: hoje é três de setembro. Em um mês, tudo estará diferente. Em termos de desempenho e resultados.


Há exatos 37 dias, o eterno presidente, The King, o Carvalho, proferiu estas palavras, como forma de tentar colocar ordem na casa, frente à crise que se avizinhava e à falta de comando instaurada no vestiário. Tal declaração, somada à confiança conquistada junto ao torcedor colorado, em razão dos anos de sucesso frente ao clube, levaram-me a escrever uma coluna com este tema naquela oportunidade. Pois bem, o tempo passou... é chegada a hora da cobrança.
Obviamente que não foram resolvidos todos os problemas do clube neste curto período. Nem se esperava isso. Estamos em outubro e não apresentamos a solidez e o equilíbrio esperados. Ainda insistimos em atletas que não vêm apresentando um desempenho no mínimo satisfatório, em detrimento de outros que, reiteradamente, sequer são relacionados.


Entretanto, um balanço superficial do desempenho do time neste período aponta um aproveitamento de 80% no Campeonato Brasileiro, com quatro vitórias e apenas uma derrota, além de uma classificação na Copa Sul-americana, jogando com a equipe reserva e o regulamento embaixo do braço. Este momento, enquanto ainda curam as feridas abertas pela atuação vexatória do último sábado, certamente não é o mais adequado para enaltecer dirigentes, uma vez que eles, sua falta de planejamento e convicções são os maiores culpados pelo fraco desempenho este ano.


Porém, os resultados obtidos desde que Fernando Carvalho assumiu definitivamente o comando do vestiário são inegavelmente satisfatórios. A tal ponto que a improvável repetição deste desempenho resultaria em uma colocação no alto da tabela ao final do campeonato, tendo em vista que as projeções matemáticas apontam ser necessário vencermos quatro em cada cinco partidas, das dez restantes, para chegarmos à Libertadores no ano do Centenário. E é exatamente este o aproveitamento que o time vem apresentando.


Logo, ao passo que não se deve, nem se pode, retirar a parcela de responsabilidade de F.C. pela inconstância deste ano, seja por omissão ou conivência com os recorrentes equívocos, nada mais justo que lhe conceder os merecidos créditos.


Conceder-lhe os créditos e lamentar, afinal, ao que tudo indica, ele voltou tarde demais.

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