sexta-feira, 3 de outubro de 2008

TEEM!

Por Marcelo Benvenutti0

Pela rádio. acompanhei o jogo de ontem pela Sul-Americana. Infelizmente não foi possível matar o trabalho e me dirigir ao Beira-Rio. Nas arquibancadas, a torcida bocejava aguardando o apito final. Para que a classificação não se desse de forma totalmente insossa, o Católica decidiu fazer o Clemer trabalhar no final do jogo.

Tite filosofou longos cinco minutos após a lesão de Guiñazu para promover uma substituição, tamanha era a mesmice inodora da partida. Quatro empates certeiros. As quartas-de-final nos reservam um acerto histórico. Não fosse o intruso do Chivas e a ruindade doAtlético-nos-rebaixem-por-favor-Paranaense e a Sul-Americana se transformaria num torneio Brasil-Argentina.No Brasileirão, teremos pela frente dois combatentes que, historicamente, pelo menos nos últimos anos, nos complicam. Coritiba e Goiás. Sem a desenvoltura do Cholo, veremos quais as soluções que Tite nos apresentará.

Se D'Alessandro não for convidado a passear com a Seleção Argentina nas Eliminatórias, o natural dentro do padrão do Tite é entrar Taison no lugar do Guiña. Como acredito que seqüência faz diferença, não creio que será diferente.Vocês devem estar notando que hoje estou assim. Com preguiça em criar frasesde efeito. Desprovido de metáforas. Os adjetivos que tão bem alimentam os cronistas do mundo inteiro aqui escasseiam. Talvez porque D'Alessandro tenha me desnutrido de referências no domingo à noite. Foi uma daquelas atuações que fazem o sujeito sair do estádio olhando para o céu. Para o nada. Perdido entre devaneios e delírios. Como num daqueles filmes em que saímos do cinema e demoramos horas para sair de dentro da história.

Não resta nada a ser dito. Somente contemplado com um sorriso bobo estampado na cara.Outros momentos inundam a memória mais que água de poça em All Star velho. Encharcam a mente de prazer. Em minutos inspiradíssimos de Fair Play, os jogadores colorados decidiram auxiliar o ex-líder poupando seus jogadores de correrem atrás da bola. Resolveram jogar e correr sozinhos. Foi de uma amabilidade indecifrável. Peço que alguém da direção envie um requerimento para a FIFA. Faz-se necessário premiar os atletas colorados. Jamais se viu por essas bandas tamanha consideração para com a saúde de um rival.Entediado.

Cansado pelo calor fora de época. Extenuado pela ansiedade que se avizinha nas próximas semanas. 42 pontos. Matemática. O cotovelo do Pablo. O Adriano pedindo para beijarem seu cotovelo. Luiz Carlos dormitando sem ser chamado no banco. A insônia de Tite. Os reservas do Boca Juniors. Os novos bosteros que se multiplicarão pelo Rio Grande. Os garçons dos bares sem gorjetas gordas. Os taxistas sem ninguém para colocar as fofocas em dia. Onze longas rodadas. Nosso caminho daqui em diante será árduo e duro. Fair Play, nem pensar. Tal como naquele antigo comercial de refrigerante, não é possível provocar a sede de vitórias até não aguentar mais.

Um Brasileirão, infelizmente, não é feito só de grenais.

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