quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

QUEM QUER SER QUEM?

Por Carlos Balakka (interino)


- Cena 1: Aviãozinho sobrevoando o Olímpico com a frase: ”Inter Campeão de Tudo”;
- Cena 2: Churrasco entre amigos colorados e gremistas. Alfredo chega ostentando a camiseta com a frase: ”Inter Campeão de Tudo”.

Qual a diferença entra a cena 1 e a cena 2?

É que na cena 1 aparece um imbecil dizendo que a brincadeira “incita” a violência. Violência???? Esse mesmo retardado-ex-guri-de-apartamento (são dois, na verdade) não está preocupado com o bem-estar da sociedade ou com a paz entre os maiores clubes rivais do Brasil. Está com brios feridos. Os mesmos brios feridos nos anos 90 por ofensas do tipo: “macaco, tu nunca vais ganhar de ninguém”. Ofensas estas ditas entre risadas até entre amigos. E tudo bem...Não é que um dia os macacos vão lá e ganham de todo mundo?

Pois é, a vida é assim: corneta vai, corneta vem. Títulos vão e voltam. A sofrida torcida que agüentou flauta atrás de flauta na década passada tira o instrumento da boca do adversário eterno e goza de reconhecimento mundial, apesar das esfaceladas e recalcadas opiniões gremistas. A banda agora quem rege é a macacada! E falando em banda, quem disse que queremos imitar a Geral? Não senhores! O que é isso?! Queremos distância do modelo de torcida que vocês implementaram no Rio Grande. Líderes de classe média-alta que viviam apanhando em Gre-Nal e um dia se rebelam formando uma grande torcida. Sim, admito, uma grande torcida. Mas para enfrentar a macacada necessitam de armas e um quórum muito maior de pessoas em tocaias espalhadas por Porto Alegre afora. Trinta contra um; trezentos contra trinta. Racismo e simpatizantes do nazismo. O próprio líder se rende e passa a integrar uma torcida antiga do Grêmio, com tradição e sem armas, sem preconceitos.

Nosso alvo não é o Grêmio. Nosso sonho não é ser o Grêmio. Isso porque não queremos ser rebaixados. Sonhar em ser o Grêmio é olhar para baixo, é se atirar na lama e comer a bosta dos cachorros na rua. É ter o pesadelo de qualquer clube grande, o rebaixamento, e fazer DVD da volta à primeira divisão. Ah, sim, foi com quatro a menos? Não interessa: bater em bêbado, até de mão amarrada.

Mesmo quando estávamos abaixo em títulos, nosso alvo não era alcançar o Grêmio. Nossa meta é ser o maior clube da América Latina. É muito maior. Sonhar em ser o Grêmio é se satisfazer com a mediocridade. Hoje, para alcançar o rival, é preciso cavar um buraco bem fundo e se atirar de cabeça - de preferência, com os olhos bem abertos para cegar de vez.

A corneta é livre, meus amigos. Mas quem rege a banda hoje somos nós.

Para acabar, aí vai uma historinha para pensar: O macaco se depara com a banana. Em uma situação dessas, quem quer ser quem? O macaco quer ser a banana ou a banana quer ser o macaco?

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