sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

RUMO A MARTE

Por Thiago Marimon

Não foi Nilmar quem botou aquela bola para dentro aos oito minutos do segundo tempo da prorrogação. Fui eu. Eu e tu. É bem verdade que esta Sula começou tímida. O início da competição foi tranqüilo, contra times de menor expressão. Apenas a partir do empate sem gols contra os universitários chilenos que realmente a coisa esquentou. Era chegado o momento de separar os homens dos aflitos, a hora da verdade. O adversário não poderia ser melhor. O temido – e outrora idolatrado – Boca Juniors. Porém, sem muitas delongas atropelamos os xeneizes, com duas vitórias e uma festa em plena Bombonera, avançamos às semifinais. Surgiram então as Cabritas. Ainda no México, mostramos para a torcida que se intitula a segunda maior do mundo, a força do Sport Club Internacional. Após bater os mexicanos por 2x0, o jogo de volta foi apenas para cumprir tabela. Bem cumprida, aliás. Quatro gols e um vareio contra o Chivas. É chegada a final. A primeira final brasileira da competição. Mais um confronto entre o Rio Grande e a Argentina. Primeiro jogo em La Plata, contra o Estudiantes. Clube que se vangloriava de não perder em seus domínios há 43 jogos. Pois é, perdeu. Com um gol de vantagem, e aquele gosto de que cabia mais, deixamos as terras portenhas e desembarcamos em Porto Alegre, quarta feira, 03 de dezembro de 2008.

O adversário honrou sua tradição. Sabíamos que um time Campeão Intercontinental jamais tomaria cinco gols em uma final de torneio sul-americano. O jogo não seria fácil. O rival em momento algum jogou a toalha frente ao placar desfavorável, bem pelo contrário, demonstrou um legítimo futebol argentino. Não foi um jogo bonito, vimos um futebol aguerrido, de força, catimba e, principalmente, paciência. E foi assim, com paciência, que orquestrados por La Bruja os hermanos abriram o placar. Aos 20 minutos do segundo tempo o mar vermelho transbordava de angústia e esperança. Nós sabíamos que o título era nosso, só não sabíamos quando chegaria.

Vem então a prorrogação. A hora de definitivamente entrarmos em campo. O Edinho já disse que a taça é dele, Lauro já afirmou que aquele seria seu cartão de visitas. Temos então que fazer a nossa parte. Quando Danny Morais cabeceou e o goleiro Andújar fez o segundo milagre da noite, a bola sobrou nos pés de Gustavo Nery, que chutou para o gol. Após nova defesa do goleiro a bola sobrou exatamente onde nós estávamos, para, através dos pés de Nilmar, empurramos aquela bola para o fundo das redes, e fazer do Colorado o clube mais Internacional do Brasil. A força do futebol argentino foi suplantada pelo poder do Gigante. Seja através do telão da churrascaria, da telinha do blog, ou das arquibancadas do melhor lugar do mundo para se estar na quarta à noite, nós empurramos aquela bola para dentro.

Ao levantar a Taça, Edinho encerrou um ciclo de conquistas. O quinto título internacional em três anos. Libertadores, Mundial, Recopa, Dubai e Sul-americana. Quem tiver um cartel desses que se apresente. Pelo terceiro ano consecutivo, a única conquista internacional trazida para terras tupiniquins vem através do clube que ganhou tudo que aqueles que se dizem grandes devem conquistar.

Campeões comemoram títulos. Flanelinhas comemoram vagas. Cada louco com a sua mania. E eu, ainda embriagado desta loucura, lhes desejo uma boa viagem.

Nos vemos em Marte, aqui na Terra não temos mais o que conquistar.Nunca me esquecerei dos dias que passei contigo, Inter. CAMPEÃO DE TUDO...

Saudações Coloradas!

Um comentário:

Anônimo disse...

é isso aí. Inter, Campeão de Tudo, 100 anos na primeira divisão.