domingo, 29 de março de 2009

EMPULHA, QUE É FRAUDE

Por Raphael Castro


Atenção: estamos diante de nova "não-questão" sobre o glorioso, vitaminado, idolatrado, e, sobretudo, MORTAL, Inter nosso de cada dia; a nova brincadeira chama-se "pra que serve o Gauchão", e certamente impressionará e ocupará os incautos que derem por válida a sua premissa, a ponto de com ela perderem um segundo que seja de suas felizinhas existências...

Razão

E o porquê da desqualificação acima? Simplíssimo: o problema está totalmente deslocado, já que a questão nada tem a ver com "teste" ou coisa que o valha, e sim com manter o foco e jogar com seriedade (contra quem quer que seja). Pensemos bem: ainda que o Inter ganhe de oito a zero de todos os adversários, dando assim a entender que o Regional é uma enganosa baba de cuia, basta que se encarem todos e quaisquer adversários com o devido respeito e, shazam!, não temos com o que nos preocupar quando dourar o salsichão. A "teoria da utilidade", a rigor, já morreu de morte morrida desde o salto 19 que calçamos com o Rondonópolis, quando então os nossos boleiros viram o preço a pagar pela soberba contra um time de descamisados lá do cerrado goiano (bom, e se não for cerrado lá, azar também...).

Recapitulação

Pois é, foi só achar que tava tudo ganho e "del no que del", ou seja, uma derrota com matizes de vexame pra um time de uma cidade cujo PIB inteiro deve ser a folha de pagamento do Inter. E é evidente que a lição foi aprendida, a ponto de ensejar o milagre da multiplicação dos gols que vimos assistindo – pois, se não estivessem focados e jogando sério, bastaria parar de correr no terceiro gol em cada jogo (o que, cá pra nós, seria postura mui abjeta, certo...?). De forma que a questão sobre a tal "serventia do Gauchão" simplesmente não se coloca: ele não é fácil, nem difícil, ele simplesmente "é", tem que ser ganho, ponto final, e deu. Quem complica ou não os jogos são os próprios atletas e a comissão técnica; e, se ganham fácil, é porque o time vem respeitando os adversários e jogando sério. Portanto, se dá pra dizer que o Gauchão serve pra alguma coisa, é pra treinar o foco e exercer uma atitude que será muito necessária mais pra frente. Tão simples quanto isso. Pra quem duvida: experimentem perder o Estadual, sem em contrapartida ganhar outra competição disputada simultaneamente; pois é...

Então tá

Assim, é óbvio que os mais espertinhos simplesmente não vão cair na esparrela de entrar nessa de campanha "ilusória" do Gauchão. A rigor, devo admitir que são mesmo umas goleadas meio narcóticas, pois, se não gerenciadas devidamente, podem mesmo ser só aqueles resultados que dão um "barato" no torcedor. Só que nem foi isso que aconteceu no ano passado, nem me parece o que está ocorrendo agora: de fato, o balaio no Juventude aconteceu justamente porque o time jogou com a cobra na bombacha, em vez de ter uma postura caprina e traseirona com um adversário que sempre foi, digamos, "não-semelhante" em tradição; em segundo lugar, a tragédia de Recife na CB do ano passado só aconteceu pela concepção carnavalesca de futebol então prestigiada pelo nosso técnico, mal de que não parece padecer o Adenor (que tem lá os seus próprios delíquios – mais raros, é verdade, desde que abandonou a Filosofia para se dedicar integralmente ao futebol...).

Finis

Pra concluir: essa questão de o Estadual ser uma várzea, que não serve pra nada, que é engana-bobo, é uma mentiraça deslavada: se a lógica dessa balela fosse perfeita, então qualquer bom resultado anterior a uma batatada seria também uma empulhação – o que, convenhamos, não é sustentável por quem se pretenda bípede; o que existem são oscilações – normais ou nem tanto – de times de futebol; qualquer coisa diferente disso desloca o foco do problema e, logo, afasta a luminosidade da solução (como diria o meu culinário, vivaldino, churrasqueador e vigilante avô, S.Assis P.Ererê, algo como "se fingir de cusco pra afanar picanha...").

Tópicas: ok, vai, tem que desenhar

Verdade, pode ter sido um arroubo herético colocar aqui as escalações aflitas: que preço não se paga pelo desvelo do FEBEPEÁ (suspiro); desenhemos, pois: o último time foi apontado no jogo com o Zequinha como "o" titular, ou seja, "a" invencível armada. Notaram que oito ou nove jogadores são exatamente os mesmo das duas escalações anteriores, coincidentemente mandadas a campo nos...Gre-Nais?

Tópicas 2: ajudinha

Incrível, e falam em goleada, em ano passado, no escambau a quatro de camargo almeida: por que não admitem logo que querem a todo custo algo para colocar no vestiário do "Ju"...?

Tópicas 3: verdade seja dita...

Que diferença da "Família Abelão": ninguém dá declaração fora da curva, a concentração parece ter se adonado do vestiário vermelho. Que continue assim...

Bem, caros leitores, por enquanto é só isso – e ponto final.

Fui (e não a pé).

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