sexta-feira, 13 de março de 2009

PRÉ-LIBERTADORES.

Por Thiago Marimon

Pré-Libertadores, assim deve ser chamada a Copa do Brasil. Exijo cartazes colados às paredes do vestiário colorado. Ao lado, por favor, colem outros, escritos, em letras garrafais, MOTIVAÇÃO. Pois, até o mais ferrenho secador aflito sabe que temos infinitamente mais time que o Rondon United, e que não tem fundamento um clube do tamanho do Inter sofrer do jeito que sofreu para passar da primeira fase desta Copa do Brasil. A única explicação possível? Ausência de holofotes, falta de motivação.

Sim, eu sei que a Copa do Brasil é uma competição menor. Times de pouca importância no cenário nacional já ergueram este caneco, ou, pelo menos, disputaram finais. Há quem diga que se trata de um assistencialismo do futebol nacional com equipes de pouco planejamento, times de empresários, montados apenas para esta competição. Em parte eu concordo. Entretanto, embora seja menos importante, ela ainda garante vaga à Libertadores. E, enquanto assim continuar, EU QUERO ESTE TÍTULO.

Qualquer cabeça pensante sabe que um Clube com a estrutura, elenco e FOLHA SALARIAL equiparada à Colorada tem a OBRIGAÇÃO de disputar a maior competição continental. Nem que seja para manter a folha em dia. Pois, apesar de atualmente a Libertadores contar com equipes do nível de Boyaca’s, Aurora’s e Guarany’s, ela ainda reserva fortes emoções para aqueles que chegarem à fase de mata-mata – ou morre-morre, para alguns - garantindo assim uma grande exposição internacional da marca, retorno em sócios, torcida, prestígio e receita. É desta competição que nós, por decorrência de falta de planejamento, uma forte ajuda de Abel Braga e uma pitada de falta de comando técnico, estamos fora.

Sim, eu também conheço o péssimo histórico colorado. Se soubesse que na próxima fase teríamos um clássico Fre-NAL, ou ainda, uma disputa contra o Barcelona, eu estaria mais tranqüilo. Pelo contrário, encararemos o poderoso Bugre Campinense, forte candidato a divisão azul do Paulistão 2010. É aí que mora o perigo. De adversários minimamente preparados, enfrentaremos somente Fluminense, MSI, Flamengo e, forçando a amizade, Santos. Contudo, até chegarmos à fase quente desta competição, temos ainda muitos medíocres para bater, tal qual acontece com os hoje mais afortunados, que disputam o torneio continental.

E falando neles, há quem diga que a Copa do Brasil é a porta dos fundos da Libertadores. Coitados, esquecem que, não fosse esta passagem nada secreta, no milênio passado não haveria Ajax pelo caminho, pois também não haveria o poderoso Ceará de Nilson. Já dizia Maquiavel que os fins justificam os meios. Logo, o Fluminense, não fosse pela diarréia típica carioca e a velocidade dos equatorianos da Liga, seria menos Campeão Continental porque entrou pelo atalho mais curto?!

Existe ainda o argumento que a copa atrapalha o nacional, pois parte dos torneios são disputados simultaneamente. Meia verdade. Para comprovar, um pouco de estatísticas. Comparando as campanhas de Inter e Sport ano passado, nota-se que, enquanto disputávamos somente o nacional e o time do nordeste as duas competições, o que perdurou por apenas cinco rodadas, conquistamos somente quatro pontos (1V; 1E; 3D), enquanto que o Sport somou oito (2v; 2E; 1D). Terminando o Nacional com apenas dois pontos menos que nós (um empate a mais), com maior número de gols marcados e maior saldo de gols. Claro que, assim como toda estatística, estes números não servem de fundamento indiscutível, todavia, apesar de nesta época nosso técnico estar com a cabeça nos petrodólares, já é um bom parâmetro.

E, finalizando, justifico com um bocado de história, a qual demonstra que nos damos melhor em competições estilo play-off. As inúmeras finais da década de 70, a Libertadores, Sula, Recopa, Dubai e Mundial estão aí para fortalecerem minha crença.

Entretanto, se tudo isso não for suficiente para convencê-los que temos a OBRIGAÇÃO de vencer esta Copa, eu APELO, na lata.

Lembrem-se, é o ano do CENTENÁRIO.

Saudações Coloradas...

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