quarta-feira, 29 de abril de 2009

AINDA NÃO.

Por Gustavo Foster

Ainda não é hoje que jogaremos contra um time decente. Me desculpem os torcedores do Náutico, que apresenta história respeitável e grandiosidade considerável no cenário dos desportos, mas não há comparação a ser feita. Sem ter visto, sei que o time do Náutico é mais fraco que o do Inter. Sei que eles têm um atacante que é muito rápido, que só fez menos gols que o Diego Tardelli no Brasil, que é candidato ao prêmio Friedenreich e tudo mais. Mas, convenhamos. Não é um time bom.

Ainda não é nesse jogo que o Nilmar e o Taison vão ter uma marcação apertada, que os amarre a faça o Inter jogar inteligentemente, com jogadores surpresa, com jogadas laterais trabalhadas, com Magrão chegando de trás e infiltrando-se na área. Ainda não é nos Aflitos que o Lauro vai trabalhar como Hiran na Arena da Baixada (lembra dessa, PVC!). Nem os zagueiros terão dificuldades extremas, nem Sandro mostrará que é o novo Mathaus, arrancando à força a 10 das costas de D’Alessandro. Hoje, nada disso será necessário.

O Inter só precisará jogar o que vem jogando. Mantem a bola por 65% do tempo e, em três escapadas pelo meio da área, entre toques, dribles e lançamentos, dois gols de Taison e um de Índio, num surto de centroavante do zagueiro consagrado.

Ainda assim, duas coisas devem ser ditas – mas, também, só pra ninguém vir encher o saco com aquela história de "salto alto", "não tem jogo ganho", "o Náutico pode surpreender a soberba colorada" -, e, obediente, as direi:

A primeira é que o Náutico é melhor que grande parte dos adversários do Inter, até então. Tirando Juventude, talvez a Ulbra e um outro time, lá da Azenha, todos os outros são times provavelmente piores que o vice-campeão pernambucano. Mas, como referido no título do texto, ainda não é um time do mesmo nível. É uma luta entre peso pesado e peso pena. Tudo pode acontecer, mas a probabilidade está do lado colorado.

A outra é: eu posso achar isso. O Tite, o Nilmar, o Mahseredjian (bota essa no programa, Huck!), o Píffero, esses não podem. Se chegar lá achando que tá ganho, vai perder. E, se existe um time que deve ter essa lição tatuada no lombo, esse time é o Sport Club Internacional. Que entrem em campo amanhã com os uniformes do Juventude, do Sport, do Paulista, do São Caetano e do Goiás por baixo do manto sagrado, mas que não tenham um daqueles apagões-muricyzísticos, daquela fase sombria pré-Adriano Gabiru.

Então, Inter, continua do jeito que tá, que tá bonito. Somos melhores que eles, mas desempenho passado, história, elenco, reportagem especial na ESPN e na capa do site da FIFA não ganham jogo. O que ganha é bola no pé.

Ainda não é o maior adversário, mas, ainda sim, é um adversário a ser batido.

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