quarta-feira, 8 de abril de 2009

OS MAIS IMPORTANTES, PARA MIM.

Por Gustavo Foster

Cem anos não é pouca coisa. E falo isso pensando no número de pessoas relacionadas ao Inter que existem, após uma centena de anos. Quantos craques já ouviram a ovação completa de um Beira-Rio lotado, quantos técnicos já foram dormir com o grito de “Burro, burro, burro” ainda ressoando, quantos “olha o mijo!” já precederam uma briga, quantos “aí, sócio!” foram escutados por corajosos que iam acompanhados ao estádio, quantas linhas já foram escritas sobre o Internacional, nestes cem anos.

E os jornalistas têm se refestelado nestes cem anos. Fazem lista pra tudo. Os 5 maiores isso, os 5 mais aquilo. Eu sigo na linha e homenageio o Inter agradecendo às cinco pessoas mais importantes para mim, relacionadas ao Internacional.

Obrigado, Fábio Rochemback. (Sim, Fábio Rochemback). Jogador de uma das piores fases do Inter, lá por 2001. Lembro que uma das minhas maiores alegrias, naquela época, era ver um jogador colorado vestindo a camiseta amarela da Seleção. E Rochemback era habitué na seleção de Felipão. Copa América e Copa das Confederações, bem me lembro. O nosso representante lá, lembrando algo que todo mundo sabia, mas havia esquecido: “lá embaixo, lá em Porto Alegre, tem um time importante”. Foi negociado com o Barcelona, algo que também me fez feliz. Piá, pensava: “viu só? Até o Barcelona quer os nossos jogadores, mazá colorado!”. Quem não tem cão caça com gato.

Obrigado, Fabiano. Uh Fabiano! F de Fernandão, F de Figueroa, de Falcão, de Fernando Carvalho. Não. Para mim, o jogador mais importante da história do Internacional atende por (Uh) Fabiano. A minha história como torcedor e a história do eterno 7 como jogador colorado se confudem, tornando-se, ao final, a mesma. Começa a minha história como torcedor mais ou menos na época em que chega Luís Fabiano de Souza ao Inter. Segue-se uma fase negra, na qual o rasgo de esperança era corcunda e vestia a sete. Depois do último Grenal, vi o ídolo saindo do Beira-Rio, vestindo vermelho. Centenas de colorados o cercavam, os gritos de “Uh Fabiano” e “Volta, Fabiano” ensurdeciam, o agora jogador do Zequinha atendia telefones alheios, para falar com desconhecidos fãs, beijava mulheres que nunca havia visto, mas era provável que conhecesse, tirava fotos com crianças que não sabiam quem era, mas atendiam ao pedido do pai, fanático. Fabiano é o símbolo de uma geração. Foi o único jogador com o qual eu, quando criança, entrei em campo.

Obrigado, Fernandão. Mais que um jogador, uma instituição colorada. Tudo que Fernandão fizer, daqui pra frente, em sua vida, será relacionado ao Colorado. E tudo que o Inter alcançar, em 100, 200, mil anos, terá um pouco de Fernandão em si. Todas as camisetas vendidas tem um número nove atrás. Um craque, um mestre com a bola nos pés, dono do time por quatro anos. Trouxe Mundial, trouxe Libertadores, trouxe tudo que dava, mas isso não importa muito perto de tudo que significou Fernandão para o Inter. Fernandeus.

Obrigado, Fernando Carvalho. Unânime. Indiscutível. Não há, no universo, alguém que duvide da importancia de Fernando Carvalho para a história do Internacional. Pegou o Inter em frangalhos, demolido após duas décadas de fracassos. Fez o que devia, reergueu o clube como um todo e, quando achou que tinha chegado ao topo, levou uma porrada. Vice em 2005. Mostrou que não era guri quando levou isso como incentivo para, no ano seguinte, enquadrar o escudo colorado na galera dos maiores times do mundo.

E, por fim, obrigado, pai. Colorado desde 75, quando entrou pela primeira vez no Beira-Rio e saiu de lá campeão brasileiro, me ensinou tudo que sei sobre ser colorado (entre tantas outras coisas). Com ele, chorei ao quase ser rebaixado, contra o Palmeiras e me ajoelhei no concreto do Beira-Rio para, novamente, chorar ao vencer o São Paulo. Ou seja, todas minhas memórias têm como personagem ele.

Essas cinco pessoas resumem o que outras tantas significam para mim, como colorado apaixonado. Agradeço a todas elas e sinto-me orgulhoso de fazer parte da história de um time centenário, orgulho do povo do Rio Grande do Sul.

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