sábado, 30 de maio de 2009

MIL ANOS DE DOMINIO.

Por Raphael Castro


Vejam os(as) caros(as) leitores(as) a lista dos clubes mais “ricos” do Brasil publicada esta semana (não sei a denominação politicamente correta seria essa, mas preferi priorizar a clareza no ponto): o São Paulo encabeça a lista, com o Inter (sim, o Inter!) perseguindo-o logo abaixo, podendo ultrapassá-lo em breve. É recomendável que não se confunda isto com “elitismo”, “esnobismo” ou qualquer outro “ismo” similar: para quem tiver inteligência e/ou boa-vontade suficiente ao devido entendimento do fato, fica fácil concluir que, ao contrário de ser algo nocivo ou antipático, trata-se, sim, de uma coisa boa, muito boa...

Adiante

Na verdade, a lista apenas materializa (e evidencia) uma mudança radical na concepção do Inter como clube: atentos ao fato óbvio de que o futebol é um esporte de resultado, os dirigentes trataram de pôr em prática um plano meticuloso de transformação do Internacional e, sobretudo, dos corações e mentes da torcida. Pausa: não que as vitórias sejam uma condição indispensável para que amemos o Inter (e estão aí alguns vários anos da década passada para provar isso); mas é bem verdade que os títulos turbinam o amor da massa, massageiam a sua autoestima. Resultado? A muito provável possibilidade de recuperar o terreno perdido nos últimos anos para trilhar o nosso destino desde sempre: o de ser o maior clube do Rio Grande...

Adiante 2

Pois bem, traçado o objetivo, passou-se à prática: saneamento financeiro, que trouxe saúde econômica, que trouxe jogadores, que trouxeram títulos, que trouxeram parcerias, que trouxeram jogadores, que trouxeram mais títulos, que trouxeram mais recursos...; há quem zombe, por exemplo, do cachorro que é sócio – estando, diga-se de passagem, em seu devido direito; mas atualmente é preciso reconhecer mesmo as menores oportunidades para o sustento do clube. O futebol moderno, feliz ou infelizmente, demanda que se profissionalize a paixão. Suponho que ninguém passe a ser menos colorado por causa disso. Só que o problema é que o último romântico costuma ser também o último da tabela. E se alguém pensar algo muito diferente disso, sugiro perguntar aos torcedores de um Barcelona ou de um Manchester se eles se incomodam com idéias como um quadro social avantajado ou com recursos injetados por grandes investidores. E nem se comenta a desonestidade intelectual de achar que isso significa necessariamente “vender” o clube, que aqui se preza a seriedade no debate, hein...

Adiante 3 - e deu

O fato é que poucos clubes no Brasil têm hoje a imagem de seriedade do Inter, o que se reverte em clara vantagem na hora de fechar uma pareceria, de trazer um reforço e de planejar uma temporada. Vemos isso claramente agora, nesta fase fantástica, em que tudo parece dar certo e em que a bola sempre entra. Trata-se de um círculo absolutamente auspicioso, que, bem conduzido, só faz crescer e se retroalimentar.

Objetivo

E por que digo tudo isso? Ora, pinhões, alguém aí já se deu ao trabalho de ver a indigência do futebol praticado ao sul do Equador atualmente? É aí que a inteligência faz a diferença (e aproveito para dizer que não se trata aqui de fazer campanha para este ou aquele grupo político no Inter, pois a minha bandeira é a eficiência, pouco importando quem esteja no leme do barco): quem está atento ao que acontece a seu redor pode facilmente perceber as situações de ganho e perda que o/a rodeiam; na prática, isto significa que o Inter pode (e deve!) aproveitar o contexto atual para consolidar anos e anos de total domínio do futebol sul-americano, aos moldes do que o Boca fazia até um tempo atrás; temos condição para isso. Temos VOCAÇÃO para isso. Pessoalmente, nunca entendi direito a síndrome de capacho aparentemente sentida mesmo nas mais famélicas eras de um passado não muito remoto (aquela coisa meio de “o fracasso lhe subiu à cabeça”); meu amor, caros(as) leitores(as), sempre foi o Inter: ele era - e sempre foi – o meu barato, meu alento, meu conforto, o meu porto seguro banhado de um vermelho mais vermelho do que...sei lá, o próprio vermelho (hehehe); nada que me pudesse ser dito por ninguém me convenceria do contrário, nem se ficássemos mil anos sem ganhar um mísero par ou ímpar sequer (como diria o meu equestre, equino, pampeiro e criador avô, sou “mais teimoso que garanhão vesgo...”).

Epílogo

Só que a maré mudou, graças a Deus para (muito) melhor. O Gauchão já foi; a Copa do Brasil está logo ali; o Brasileirão é uma realidade, a Recopa, uma obrigação. Temos então a imperdível chance de fazer isso durar ainda muito, muito tempo, para desespero de quem agora usa esses babadorezinhos estranhos no fardamento, e de quem soterrou gerações e gerações de colorados com notícias de novos “gênios”, “craques”, “golaços” e “estrategistas” a cada dia. Então, para vocês que resistiram, eu os saúdo. E, tudo o mais constante, com seriedade e humildade, aproveito para convidá-los a presenciar mais mil anos de domínio...

Tópicas: escoteiros versão 2009

Não há mais como não perceber os “neolobinhos” que circulam pela cidade... Bem, caros leitores, por enquanto é só isso – e ponto final.

Fui (e não a pé).

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