quarta-feira, 24 de junho de 2009

Alguns adendos em relação ao grupo do Inter...

Por Gustavo Foster


...E "UMA ILHA DE FELICIDADE NO MEIO DO INFERNO DA CRISE".

Quando algo acontece de uma hora, sem motivos aparentes, deve-se parar, respirar fundo e praticar um exercício de revisão, para que depois tudo comece certo, novamente. É chegada essa hora, no Inter. É nítido que passamos por algo que, se não é uma crise, pode ser caracterizado como uma má sequência de jogos. Não ganhamos no mês. Perdemos para Coritiba, Corinthians, fomos goleados pelo Flamengo. Tudo depois de sermos cobertos por elogios de todo e qualquer espectador de futebol.

Algo aconteceu. Há quem culpe a preparação física, que perdeu – e muito! – com a ida de Fábio Mashrejdian para a Copa "Vamos-Atrapalhar-Os-Times-Já-Que-Não-Estamos-Fazendo-Nada" das Confederações. Outros bradam contra o calendário, que colocou três competições importantes em um espaço de uma semana, fazendo o time colorado ter que se virar como Hércules e suas dozee tarefas. É tudo pra ontem!

E, é claro, há os desfalques. A bruxa, aquela desgraçada, resolveu fazer um passeio por Porto Alegre e se pilhou no Guaíba. Sobrevoou o Gigante e tirou, de uma só vez, Magrão e D’Alessandro. Bolívar já estava suspenso. Kleber e Nilmar, a.k.a. "o jogador mais importante do time", foram chamados pelo COLORADO AMIGÃO Dunga, já que eram imprescindíveis no jogo contra o Egito. Final da Copa do Brasil? Que competição é essa? Contra o Corinthias botem o Alecsandro, ué, não era o melhor grupo do Brasil? Valeu, Dunga.

Tudo é verdade. Mas o fato é que esses jogos obrigam a torcida e os profissionais do clube a repensarem algumas convicções. O melhor grupo do país merece ser reavaliado.

Os primeiros são os goleiros, que, apesar de todas as derrotas, não foram culpados. Lauro é seguro e Michel Alves se impõe quando chamado. Nas metas, nenhum problema. Já nas laterais... Danilo Silva quase nunca falha: e esse "quase" nos complicou a vida no Pacaembu. Para lateral reserva, serve. Mas o problema é entrar num jogo importante, como uma final de Copa do Brasil. E aconteceu. Marcelo Cordeiro não ataca e deixa uma avenida no lado esquerdo de campo. Sabe aquela história de "só sentir falta quando perde"? Pois é. Volta, Kleber!

Na zaga, o problema é flagrante. A dupla, perfeita até a metade do ano, começou um processo de decadência há um mês e hoje coleciona erros em lances importantes. Índio, um dos símbolos do Internacional, confirma sua tendência "motanha-russa" e volta a ter uma fase ruim. Depois de um 2006 perfeito, um 07/08 lento e um fim de 2008/inicio de 2009 novamente exemplares, volta a ganhar peso e perder velocidade. E, ao seu lado, um líder que não joga. Álvaro, já diria um gênio anônimo, é o "jogador-coala": lento e sempre segurando alguém. Em nada lembra aquele Álvaro do início, brigador, perfeito nos carrinhos, seguro na defesa. Hoje, é um jogador extremamente pesado, facilmente vencido na velocidade e compulsivo por faltas na frente da área. Sorondo, que vem se mostrando o melhor zagueiro do grupo, e Danny, outro baita jogador, já estão caindo de maduro para entrar no time titular. Principalmente o primeiro, no lugar de Álvaro. Sorondo tem tudo para fazer história no Internacional.

Chegando ao meio de campo, coração do time de Tite, o problema tornam-se os reservas. Na cabeça do técnico, me parece que não ficam claros os substitutos imediatos de cada jogador. Andrezinho entra em praticamente qualquer função. Glaydson é primeiro volante e armador. Giuliano não sabe se ataca ou defende. Rosinei ainda é relacionado, e ninguém entende o porquê.
Sandro, Magrão, Guiñazu e D’Alessandro. Esses são os quatro titulares. Sai Sandro? Glaydson ou Maycon. Magrão não pode jogar: defensivamente, Glaydson; ofensivamente, Andrezinho. Guiñazu, a mesma coisa, com preferência por Glaydson. D’Alessandro fora? Andrezinho, imediatamente. Giuliano, somente em caso de necessidade. Ou para teste. Mas não em jogos decisivos.

No ataque, o problema também é grande. Nilmar e Taison são craques. Alecsandro e Leandrão, obviamente, não (apesar de o primeiro achar que sim). Chega essa hora e é difícil criticar o Tite. Não temos substitutos para o ataque. Alecsandro não se decide se é centroavante, ponta ou malabarista de circo. Leandrão não é o horror que falam: mas não é jogador para armar jogadas. Bolaños me pareceu bom jogador. Eu testaria mais vezes. Giuliano no ataque, não. Jogador que não sabe fazer gol não pode ter essa responsabilidade.

E desse jeito, acho que o time deve ser armado. Mudar algo na zaga, repensar os reservas do meio-campo, esquecer alguns jogadores que pouco (ou nada) produzem (como Rosinei, Alecsandro, Giuliano em todas as posições do campo, Glaydson de armador) são algumas das atitudes que penso que deveriam ser tomadas. Além, é claro, de fazer mandinga, reza braba, trabalho para que a Seleção saia logo dessa Copa Caça-Níquel e o Nilmar volte logo. Sem ele, não dá.

Nenhum comentário: