segunda-feira, 8 de junho de 2009

A MÁ PREGUIÇA...

Por Raphael Castro


Sério, lendo algumas coisas realmente dá uma preguiça incrível. Não preguiça daquela boa, curtida, que até foi elevada a pecado capital. Não: aqui falo de uma preguiça irritante, de má-vontade, de boca torta, de menor emoção; ou seja, uma autêntica “anti-preguiça” (com hífen mesmo, pra dar uma noção da minha indignação)...

What?

De que falo? Ora, dos comentários antes do jogo com o Coritiba – melhor dizendo, com os comentários depois também; trata-se de uma imbecilidade bem democrática, pois tem pra todos os gostos. Querem ver? Que tal aquela do “o Inter é o melhor do Brasil, vocês não têm com o que se preocupar”, ou “será o poderoso Inter jogando contra o famélico Coritiba”? A chatice transbordante destas linhas é suficiente para revelar um despeito babante, de tão alucinado; é o expediente mais ridículo – e covarde – que tem, de secar sem admitir a desesperada tentativa de desidratar o adversário (no caso, o Inter) o quanto possível; e o que é pior, se passássemos – como de fato passamos –, a pusilanimidade do comentário ficaria então totalmente desnuda, pois o engraçadinho sempre poderia se proteger dizendo que “eu sabia, eu estava certo”. Como se vê, é um expediente dos mais desprezíveis, que nem mereceria maiores comentários, não fosse eu o chato que sou...

Variação 1

Aí tem a variação dessa invejinha “enrustida”: o enaltecimento exagerado, quase suplicante, da qualidade (inexistente) do adversário (aqui, diferente de lá em cima, o Coritiba); de uma hora a outra, os paranaenses mereceram ressalvas e cautelas dispensáveis só a loucos furiosos. Cansei de ler sobre os inumeráveis cuidados que o Inter deveria ter no Couto Pereira, alguns apelando até para a catiça meteorológica – afinal, até com o frio íamos ter de nos precaver (o que provavelmente se justificaria mesmo, dado o clima equatorial que caracteriza Porto Alegre nessa época do ano)...

Segunda e última variação

Por fim, vinha a (muito) mal disfarçada opinião de que tínhamos corrido riscos demais na gélida noite de quarta-feira última; não, definitivamente não merecíamos a classificação, “como ousam passar à final da Copa do Brasil sem dar espetáculo?” Passamos a sofrer golpes de pedras, cusparadas e outros líquidos e sólidos porque tínhamos passado para a final perdendo uma partida. Nem botar o regulamento no sovaco podíamos mais, fomos tolhidos do direito de passar jogando...mal.

Pra ir embora

Tudo isso para dizer que está risível toda esta má vontade com o Inter: se passamos, não temos mérito; se ganhamos, o juiz, claro, roubou; se estamos bem, é porque os adversários ainda não nos testaram (em tempo: a esta altura já devemos ter tido mais “testes” que um vestibulando de Medicina...). Nada disso, pra quem é bom entendedor, passa despercebido. Desdenhem o quanto for; desmereçam, se isto lhes traz a ilusão do bem-estar; a verdade é que não dá pra elevar crônica esportiva ou gosto por futebol a ciência de foguetes. Se a realidade briga com previsões ou preferências...bem, nem é preciso dizer o que é mais fácil mudar, não é mesmo? É, caros(as) leitores(as), que preguiça... (como diria o meu prático, inteligente, pragmático e sagaz avô, S.Assis P.Ererê, “quem gosta de ficar parado é cocô na curva...”).

Tópicas: a enjeitada

Sei que vão me maldizer, mas a quem interessar possa: continuo achando a Copa do Brasil um título meio sem pedigree – valendo apenas pela muito agradável conveniência do atalho à Libertadores. E quem não entender que jogar a Libertadores anualmente é uma necessidade financeira, está fora do futebol do século XXI.

Tópicas 2: para aí, só um pouquinho...

Alguém acha mesmo que desde o Náutico não enfrentamos times no nível da Libertadores? Pra pensar então: o que poderia estar acontecendo agora mesmo se tivesse havido uma gestão responsável do vestiário vermelho nos últimos dois anos? Pois é...

Bem, caros leitores, por enquanto é só isso – e ponto final.

Fui (e não a pé).

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