segunda-feira, 13 de julho de 2009

À espera de um milagre?

Por Thiago Marimon

Que o pênalti imbecil, infantil e irresponsável cometido pelo dublê de lateral direito Bolívar tenha selado o fim da era Tite no Gigante da Beira Rio. Que o terceiro gol do Atlético tenha soterrado, de uma vez por todas, o ego do eterno Presidente Fernando Carvalho, avalista da manutenção do Pastor.

Como é de conhecimento de todos, Tite chegou ano passado contra vontade da turma de Piffero, mas, diante das poucas opções no mercado, da pressão por um novo comando e, principalmente, da força política de Carvalho, foi contratado. Justamente por isso, esta semana, ao desembarcar do fiasco no Equador, FC saiu mais uma vez em defesa de seu pupilo. Alegando que desde que atravessou a rua e passou a entregar os coletes na Padre Cacique o pastor disputou quatro competições, levantando dois canecos e sendo vice em outras duas oportunidades (vice da Recopa é engraçado). O argumento do ex-presidente seria valido, não fosse inócuo perante o péssimo momento da equipe.

O time joga um futebol previsível e já manjado. O comando não vislumbra qualquer mudança de panorama e tem dificuldades de encontrar saídas em situações complicadas. Quando foi a última vez que o Inter de Tite reverteu um resultado adverso? Dizer que os laterais não atacam, e no caso de Marcelo Cordeiro, tampouco defendem, é chover no molhado. Soma-se a isso uma zaga pouquíssimo inspirada, independente de quem estiver escalado. Álvaro, pesado e lento, foi esquentar o banco enquanto Danny passou a ser a salvação da lavoura, a minha inclusive. Ele entrou e sofremos quatro gols em dois jogos em cima dele. A responsabilidade então passou para Sorondo, o melhor zagueiro lesionado do mundo. Ontem, sofremos mais três com ele em campo ao lado de Índio. Já se fala em escalar Bolívar em sua posição de origem, mas alguém acha mesmo que somente isto resolverá o nosso problema? Chegamos no meio campo de Guiñazu. Única e exclusivamente de Guiñazu, pois hoje é somente ele quem joga por ali. E joga muito, se entrega, está no campo inteiro ao mesmo tempo, mas não resolve, nem resolverá, se continuar ao lado de Magrão em evidente inferno astral, Sandro, hoje lesionado, mas há tempos sem conseguir repetir as boas atuações que lhe fizeram titular, Glaydson, cumpridor e não mais que isso, e D’ale que, se não bastasse ter esquecido seu futebol na sala de fisioterapia quando retornava de lesão, é sobrecarregado com a função de encontrar espaços em meio a quatro, cinco zagueiros. Ainda tem Andrezinho. O substituto de todos, pois engana em todas as posições da meia cancha vermelha. Independentemente de quem saia por lesão, suspensão ou angústia na unha, Dézinho, o lamentável décimo segundo titular, está lá, com seus toques laterais e sua velocidade “barricheliana” pronto para fazer coisa nenhuma. Por fim, chegamos ao ataque de um homem só. Nilmar hoje cobra escanteio e corre pra área cabecear. Taison fez uma baita partida contra o MSI no Pacaembu, mas desde lá não produziu nada, Alecsandro parece que só faz gol quando o jogo está morto e Bolaños sofre por ser estrangeiro, pelo menos até sair, SE sair, a naturalização de Sorondo. Ou seja, somos em plenos mês de julho, totalmente dependentes de individualidades, uma vez que o time não joga como equipe há tempos. Porém, se mesmo jogando desta forma estamos flertando com a primeira posição deste Brasileirinhas 2009, onde poderemos chegar com um técnico menos bunda mole na casamata?

A troca de comando urge, não há mais clima, não há mais mobilização e, definitivamente, não há mais paciência. Que esta troca seja feita enquanto o clube ainda habita a ponta da tabela, e, principalmente, enquanto ainda temos opções no mercado. Luxemburgo nem pensar. Não chegamos até aqui para entregar o clube na mão dele e de seus “parceiros”. Sobra Muricy. Um chato, antipático, nada político, reclamão, turrão, chorão e quetais. Mas não o quero para sogro, estou muito bem servido nesta posição. Quero apenas vê-lo conquistar seu quarto (quinto?) nacional consecutivo. Time nós temos para isso, está mais do que provado. E sigo afirmando que não há adversário com mais grupo para erguer este caneco. O líder é o Roth (hahaha), Palmeiras ainda cai na velha história de confiar (até a primeira derrota) no interino, Flamengo e São Paulo não convencem, Cruzeiro quando voltar da Libertadores será tarde, e o mais novo incensado, Corinthians, perdeu para o conhecido e deveras limitado time do grêmio.

Há uma semana do centenário do clássico greNAL, o que esperamos para trocar o comando? Um fiasco no clássico, o fim da teimosia de Carvalho ou um milagre?

Seja qual for a resposta, ela é para ontem!

Saudações Coloradas...

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