quinta-feira, 9 de julho de 2009

(Nem por) Uma noite com a Megan Fox.

Por Gustavo Foster


A temporada recém havia dado as caras e eu – respaldado por muitos comentaristas, colunistas e porteiros – considerava 2009 um ano preza, pois este nos mostraria um dos mais competitivos, brigados, belos e, principalmente, bem jogados campeonatos dos últimos idos.

O Fluminense tinha adicionado à escalação Thiago Neves, que – bom filho que é – à casa tornou, um centroavante de Seleção: Fred e, à casamata, um treinador campeão de Copa do Mundo. No Flamengo, havia O Imperador, ouriçado com a oportunidade de fazer alguns gols no Botafogo enquanto bebe Itaipava. Ronaldo – 20kg adelante, mas ainda Ronaldo – no Corinthians. São Paulo embalado após o tri. Grêmio... Não. Na Azenha ninguém tava empolgado. Mas, enfim. Parecia estar ali o prenúncio de uma temporada empolgante para quem gosta de futebol.

Mas chega julho, o campeonato já está próximo da décima rodada e o que se nota é joga-se mais um facílimo campeonato. Não há grandes times. Os craques não correspondem. E, mais do que nunca, o campeonato está na mão de quem LEVAR A SÉRIO. Quem é o grande jogador, hoje, no Brasil? Penso, agora, nos óbvios Ronaldo e Adriano, no Kleber do Cruzeiro e no Nilmar. Na minha opinião, o último está anos-luz à frente de qualquer outro. Ronaldo, talvez pela INCOMPARABILIDADE com a bola nos pés, esteja no mesmo nível, quando se fala em "resolver jogo".

Ou seja. Em resumo, o que se nota é que há cada vez mais participantes, ao passo que diminui, a passos rápidos, o número de postulantes (sejam eles à Libertadores ou ao título). Quem conseguir UM diferencial pula rapidamente para um grupo de quatro ou cinco times (se não menos), de onde irá sair o campeão brasileiro (e mais uns três participantes da Libertadores – vamos considerar uma zebra aí no meio). E, nessa tocada, vou direto pra conclusão: o Inter não pode vender Nilmar.

Píffero, primeiro rasga esse contrato com o Wolfsburg. Isso, RASGA, e depois escuta.

Os melhores times do Brasil, hoje, são, além do Inter: Cruzeiro, Corinthians, Flamengo, Palmeiras (Obina! Cleiton Xavier!!!) e, vá lá, Grêmio, São Paulo e Santos. Bons times. Algum baita time? Não. E é aí que o Inter se diferencia dos outros.

O Inter, de Lauro a Taison, tem uma equipe muito boa. Uma equipe que fica na média, se comparada às outras do grupo forte, citado anteriormente. Porém, no ataque, há um jogador que faz a diferença. Ali, no finalzinho da escalação, magricela, correndo atrás da bola, tá vendo? Sim. Nilmar coloca o time colorado acima de qualquer outro. O Corinthians é ajeitadinho e tem Ronaldo. O Inter é um belo time e tem Nilmar. O Cruzeiro peca na zaga, mas tem Kleber. O Inter tem uma boa defesa, além de Nilmar.

Tite tem duas possibilidades de ganhar um jogo: a primeira é quando seu time joga melhor que o outro e, com propriedade, ganha. A segunda é, mesmo jogando mal, ver os três pontos acalentaram-se no lar de Adenor e Rose por conta de duas jogadas magistrais de Nilmar. O Inter pode jogar mal, e essa é a diferença.

Ok, é impossível segurar o Nilmar. Ofereceram trezentos milhões de euros, dois iates, uma mansão em Miami e uma noite com a Megan Fox. Colocando Bolaños ou Alecsandro no ataque, o time fica ruim? Não. Mas perde o diferencial, a qualidade que o destaca naquele grupo de quatro ou cinco.

Sem Nilmar, tudo fica muito mais difícil. E, quando o time recuperar a força, talvez seja tarde demais.

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