segunda-feira, 27 de julho de 2009

Os Neros do Beira-Rio.

Por Raphael Castro


Bem, eu falei que existe uma explicação lógica para qualquer coisa; que seria impossível um time profissional simplesmente “desaprender” a jogar bola em pouco mais de sessenta dias; que creditar tudo que está acontecendo somente a esotéricas “crises técnicas” era pura balela; que o treinador não tinha passado ao status de parvo analfabeto em matéria de futebol, assim, de uma hora para outra (mesmo “errando” muito ultimamente - falaremos mais a seguir). Pois os fatos - ah, esses benfazejos - parecem corroborar totalmente a tese deste que ora vos fala (e falou a respeito bastante também nas últimas colunas): tinha mesmo – e como! - problema fora de campo (sim, escutei alguém gritando “Cassandro!” ao fundo...).

Óbvio, evidente, cristalino

O vestiário colorado vem sendo desconstruído escancaradamente na imprensa (ou tão escancaradamente quanto possível para evitar coisas chatas como um processinho amigo, por exemplo...). Vimos lendo toda sorte de ilações, teorias, fofocas, e, ao menos numa oportunidade, de forma um tanto ligeira e leviana, foram relatados comportamentos absolutamente ridículos para um elenco dito profissional...

Óbvio, evidente, cristalino 2

Bem, eu acho que quem fala coisas como essas deveria começar a dar nomes a certos bois, não é mesmo? Pois é, estimados(as) leitores(as), eu acho que tenho o direito de saber quem anda farreando fora da cidade antes de um jogo, ou quem teve a brilhante ideia de esmurrar um colega que trocou de empresário. Não é genial? Se arco com a mensalidade do clube, e se o dinheiro dela serve para pagar quem gosta de curtir pagode com a mulherada às vésperas de decisões, nada mais natural que o indigitado sambista possa ser pelo menos “aconselhado” a mudar seu comportamento. Só não me venham com “o que será que acontece com o Inter...”, “um certo jogador de um pretenso clube teria batido em um suposto colega...”, e outros mexeriquinhos do tipo - fica parecendo conversa de comadre travestida de...notícia!

Carola

Não, não sou nenhum moralista e sei perfeitamente que todo mundo pode se divertir. Só que 1) era meridianamente claro que havia algo de errado; 2) o que quer que fosse, não era noticiado devidamente como tal; 3) do jeito que falavam, a questão era só “técnica” ou “tática” (e, agora, “física” também); e 4) a direção ou assiste a tudo em berço esplêndido, ou vem sendo no mínimo (muito) incompetente pra botar ordem nesse mafuá. Se o sujeito quer zonear fora de campo, é questão totalmente individual (e, não poucas vezes, até bastante “íntima”, digamos assim). Agora, se isso prejudica o time e/ou faz o clube perder títulos, isso é da conta de terceiros, sim, senhor, ora, cáspita...

Abraçadinhos

Se então essa manutenção do Adenor era para reforçar a “otoridade” dele perante os jogadores, sinto informar que a bola se foi pela linha de fundo. Inclusive, após a última rodada, está muito claro que o elenco rachou de vez, e o fez em torno do técnico. É muito fácil perceber isso nas entrevistas, ou seja, quem está contra e quem está com ele. Por isso que, não sendo – como não é mesmo – um “péssimo” treinador, Adenor se vira com quem tem e com quem pode (isto é, com aqueles que o apoiam e em quem ele “confia” – às vezes até queimando os “rebeldes”). Só isso explica certas escalações, atuações e substituições. O preço por ter se embrulhado com um técnico isolado no vestiário? A possível perda de um título brasileiro e, quiçá, até mesmo de uma vaga na Libertadores, se a tomada de uma atitude demorar mais (como diria o meu fisiológico, filosófico, prevenido e prático avô, S.Assis P.Ererê “a medida de uma demora é o que nos escorre perna abaixo...”).

Epílogo?

Talvez seja tarde para qualquer reparo nesse sentido; agora é com ele até o fim do ano, com risco de abalroar a boa vontade da torcida (semi-informada que está), em nome da manutenção de um suposto “bom trabalho”. Nisso tudo, Carvalho e Vitório apenas parecem afinar suas harpas, enquanto o fogo vai comendo solto no Beira-Rio...

Tópicas: the flute

Não, não vou me furtar a falar sobre o último fim de semana. Em verdade, me irrita o Inter perder para quem quer que seja por desleixo ou desatenção (como no segundo gol de domingo); e, por isso mesmo, a eventual raiva experimentada obviamente não se qualifica por quem ganhou, mas pela defecada do time no lance. Por isso é que eu acho que tem clubes por aí que deveriam ser realmente estudados: devem ser os únicos no mundo que ganham por “goleadas” de 2 a 1...

Tópicas 2: the flute II

Logo, pelas razões acima, podia ter sido até de um Atlético-PR, um Barueri, ou um Botafogo da vida. Não teria feito a menor diferença. Inclusive, tenho me sentido cada vez mais desse jeito em relação a times e torcidas que se alegram por meras vagas em competições, lideranças de turno, passagens de fase ou por um único jogo ente outros 37. Nesse sentido, deve ser a mesma coisa que tomar flauta de alguém do Náutico: sim, pra mim são todos “timbus”...

Bem, caros leitores, por enquanto é só isso – e ponto final.

Fui (e não a pé).

EDITADO: e foi-se Nilmar. É provável que eu nunca tenha escolhido tão adequadamente o título de uma coluna.

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