segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Tempo de despertar.

Por Thiago Marimon


Uma desgastante viagem ao outro lado do mundo para disputar uma Copa de menor expressão é ruim. Pior que isso só voltar de mãos, e bolsos, vazios. Não foi o caso. Atravessamos o mundo e faturamos o caneco da suruga nipônica, além de uns preciosos níqueis. Pois bem, agora bola para frente, é tempo de despertar.

Hoje à noite temos a chance de soterrar os alardados efeitos negativos desta pausa e mostrar que ela pode sim ser usada como trunfo. Como se alguém apertasse o botão vermelho e impusesse uma parada emergencial, capaz de fazer emergir do fundo do poço o esquecido futebol e o irritante estado anímico do vestiário colorado. Quando da ida para o Japão a equipe como em um passe de mágica havia desaprendido, do dia para a noite, a jogar aquele futebol que encantou torcida e imprensa no primeiro semestre. Magrão estava de saída, D’alessandro afastado do grupo principal e Tite e seu discurso sustentado por um fio de cabelo de Fernando Carvalho.

Quase quinze dias se passaram desde nosso último embate pelo Brasileirinhas 2009, naquela chorada vitória contra o tradicionalíssimo time do Barueri, o highlander tupiniquim da rodada. De lá para cá, muita coisa aconteceu, principalmente nos bastidores do futebol. Carvalho berra aos quatro cantos que chacoalhou o vestiário, Edu, o ilustre desconhecido, desembarcou na Padre Cacique afirmando jogar em todas as posições do meio para a frente sob o aval daqueles que acompanham o futebol espanhol. O que não é meu caso. Eller provavelmente desembarca amanhã para concretizar o retorno ao clube que lhe elevou ao grau de Campeão Mundial. Torço para que ele traga de volta o mesmo futebol que apresentou na sua última visita ao Beira Rio, ano passado, quando o seu Santos venceu o Inter pelo placar mínimo e Eller foi o dono da zaga paulista. Veremos. Há ainda, entre os mais cotados, o flerte com Cléber Santana e um lateral direito minimamente descente e não improvisado, além do garoto Caíque, destaque do bugre campineiro pela série B. Soma-se a isso as desejadas saídas de Álvaro, ainda sem destino certo, e de Leandrão que vai desfilar todo seu garbo e elegância na terra de Caê. Que vão pela sombra estes dois, assim como Fernandão, que após um ataque de guri mimado assinou com o Goiás, alegando não ter sido “tratado como merecia”. Ah pára, tchê.

Chegadas e despedidas feitas, novamente o foco volta-se para a competição que realmente importa, a qual aguardamos na fila há trinta anos. A posição que nos encontramos na tabela, mesmo com duas rodadas de atraso, corrobora a impressão que tenho deste campeonato. O equilíbrio é evidente. Porém, equilíbrio não quer dizer necessariamente dificuldade. Ao acompanhar o desenrolar das rodadas nota-se que uma equipe organizada, com um algo mais que lhe destaque dos demais, leva este caneco sem fazer muita força. E hoje vejo apenas duas equipes com este algo mais. O Inter, pela amostragem do primeiro semestre, APESAR do entregador de coletes e o Palmeiras, justamente EM FUNÇÃO do entregador de coletes. Uma pitada de devaneios, esperança, e um simulador nas mãos demonstram que uma vitória do galo mineiro contra o Palmeiras, em Minas, aliada à uma embalada colorada neste jogos que restam para o fim do turno nos colocam novamente na ponta da tabela, vivos na luta por este caneco. Duas rodadas atrás da maioria dos adversários, mas ainda assim flertando com o topo da tabela.

O campeonato nacional (re)começa logo mais, às 21h no Gigante. O despertador soa seu irritante tom repetitivo. Que o Colorado erga-se de seu sono em berço esplêndido. Pois é, da fato, tempo de despertar.

Saudações Coloradas...

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