quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Quem não sabe por que ganha, não sabe por que perde.

Por Gustavo Foster


O jogo já estava nos seus últimos 15, 20 minutos. O Inter perdia por 3x2, após sair ganhando, tomar a virada e empatar novamente. A torcida equilibrava-se em um mútuo de apoio incondiocional e irritação profunda. Tite observa atônito à beira do campo seu time perder a chance de chegar à liderança. Havia ainda uma substituição, a cartada final, o último suspiro de esparança naquele entrave de noventa minutos. Nossa última chance. Glaydson. Tite olha para o grupo de jogadores e chama o volante Glaydson.

O Inter da retomada jogava num esquema que parecia funcionar. E Tite parece não ter percebido isso. Ao substituir o selecionável Giuliano por Magrão, mantendo dois volantes à frente de Sandro, liberando Danilo e ilhando D’Alessandro em meio a uma horda de volantes, nosso treinador modificou tudo que vinha dando certo. Ou ele não entendeu o que vinha dando certo ou não quis ganhar.

As peças mais importantes no time, hoje, são os alas, mesmo que eles sejam falsos alas. Kleber pela esquerda e Giuliano fazem o time jogar. Contra o Cruzeiro, jogamos sem metade dessa dupla. Sem jogadas pela direita, foi mais fácil anular o lado esquerdo. E D’Alessandro zanzava no samba do crioulo doido, tentando encontrar alguém para jogar com ele.

A solução? Bolaños é o jogador que mais se assemelha à função exercida por Giuliano. Pode atuar no flanco, fazendo a ligação entre os volantes e o ataque, sem sobrecarregar o camisa 10, seja ele quem for. Magrão até pode fazer isso, mas precariamente. Andrezinho é um meio campista central. Não tem velocidade para jogar pelo lado.

No último jogo, Tite poderia ter usado da criatividade. D’Alessandro tem a característica de cair para as laterais. Sua la boba, rente à linha de fundo, já rendeu centenas de gols de cabeça. O um-dois com Alecsandro, caindo para a quina da área, é mortal. Sendo assim, por que não passar D’Alessandro para o lado do campo, com Kleber do outro lado, e tirar Sandro para a entrada de Andrezinho, no meio, como camisa 10? Seria ousado? Seria. Provavelmente Tite ouviria críticas, havia a chance de dar errado. Era uma aposta.

E Tite tem medo de apostar. Prefere um empate maçante do que uma vitória perigosa.

Mas, óquei, estamos na reta final do Campeonato. Críticas agora são pouco úteis. Temos que ganhar, de qualquer forma. Nem que seja com um treinador que destroi um esquema vencedor como quem chuta um castelo de areia e muda de opinião após dois gritos de “Marquinhos, Marquinhos".

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