quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Um acerto, enfim.

Por Gustavo Foster


A direção mais errou do que acertou no Centenário, acho isso indiscutível. Levando em consideração as expectativas criadas (justamente), o Inter pouquíssimo fez em 2009. E, convenhamos, a torcida sabia que Tite era um técnico aquém do que precisávamos.

As substituições “seis por meia dúzia”, o aglutinado de volantes à frente da zaga, o conseqüente abismo zaga-ataque, a nulidade das jogadas laterais, etc, etc, etc. Não vou citar a eterna procura pelo ponto de equilíbrio e as entrevistas hipnotizantemente pedantes. Não encontramos o merecimento e o equilíbrio, chegamos a outubro, e Tite não é mais o técnico do Inter.

E, faltando menos de três meses para o fim do ano, a direção acerta. A vinda de Mário Sérgio é a melhor solução para o problema (criado, enfim, pela própria direção). No momento, o que precisamos é muito mais motivação do que padrão de jogo. São onze jogos que podem nos levar a uma Libertadores no ano que vem (nem falo em conquista do campeonato, apesar de não desprezar as chances). É público que Mário Sérgio não faz parte do projeto colorado para o ano que vem. Ele mesmo admite isso, e afirma não ter pretensões maiores como treinador. O que acaba sendo um ponto positivo. O “Vesgo” não tem nada a perder.

Por parte de torcida e imprensa, não há muita expectativa. Por parte do próprio treinador, não há ego ou preocupações futuras.

E Mário Sérgio é boleiro. D’Alessandro é boleiro. Os dois jogaram bola no meio da rua, com latinha de Coca-Cola. A imprensa gosta de dizer que jogadores assim “têm personalidade”. Personalidade todo mundo tem. Eles sabem como que a vida funciona e não baixam a cabeça pra qualquer um. Por aí está a resposta para o mau rendimento do argentino sob os comandos de Tite.

Andrés D’Alessandro passará a jogar - se não tudo que pode - muito mais do que vinha jogando. Tenho certeza.

Para o restante do campeonato, motivação é o que nos resta. Ninguém conseguiria implantar um esquema em uma dezena de jogos. Não há tempo para treinamentos, conversas, absorção de idéias. A partir de agora, precisamos vencer. Apenas vencer. Não há mais a necessidade de merecimento, espetáculo, desempenho, chocolate. Ganhando os jogos restantes, poderemos, enfim, almejar algo para este fim de Centenário. A começar pelo Náutico.

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