segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Culpem o Gum!

Por Thiago Marimon


A data é treze de junho de 2009, sexta rodada do Brasileirinhas 09. Um Inter recheado de reservas, em meio à decisão do título da Copa do Brasil, recebe o Vitória. O placar não sai do zero. Ingênuos, não sabíamos. Mas naquela tarde fria de domingo, o Colorado, que dias após perderia a decisão da Copa para o MSI, também deixava escapar os DOIS PONTOS que nos separam do campeonato nacional.

Uma luta árdua esta de não sagrar-se Campeão, é bem verdade. Face à inaptidão para a glória de nossos adversários, tivemos que nos esforçar deveras para não trazer para Porto Alegre este caneco que ninguém queria. Mas o colorado persistiu e, quase quarenta e cinco dias depois de empatar em casa contra o rubro-negro baiano, novamente no Gigante da Beira Rio, este mesmo Inter, agora completo, após terminar o primeiro tempo vencendo por 2 x 0, permitiu que o São Paulo de Hernanes e Jorge Wagner chegasse ao empate. Assim como permitiria dias depois que o Santos, na Vila Belmiro, igualasse o placar, apesar da noite inspirada de Alecsandro. Deixando pares de pontos pelo caminho.

Nesta luta inglória nem as entidades ficaram incólumes. São Pedro, este herege, tem também sua parcela de culpa. Justo ele que, enquanto setembro se aproximava do fim, fez Porto Alegre emular um Arroio Dilúvio gigante, impedindo, juntamente com os interesses televisivos globais, que Inter e Flamengo jogassem algo parecido com futebol naquela tarde chuvosa de domingo, onde o placar também não saiu do zero. E nem poderia.

Já era outubro, o campeonato se aproximava do fim, mas o rol de culpados não parava de crescer. A bola da vez o Atlético-PR que, lutando para sair do Z4, veio ao Rio Grande e nos tomou mais DOIS IMPORTANTES PONTOS, em dia de muita transpiração e pouca inspiração para o pebolim.

E assim chegamos na cereja do bolo (Pelaipe:2008). Já passa da metade do mês de outubro e o Inter vai ao Rio de Janeiro enfrentar um desacreditado Fluminense, então candidato de onze em cada dez torcedores ao descenso à divisão azul no final da temporada. Tudo segue conforme o combinado. Os vermelhos dominam e vencem até os quarenta e um minutos da etapa final. Momento no qual Diguinho arma a jogada, Sorondo espana o taco e GUM, aquele mesmo que outrora fora escorraçado da Padre Cacique por completa inaptidão para o ludopédio, marca o gol de empate. O gol que desacreditou a torcida e nos tomou os DOIS PONTOS que, com a chegada do natal, tanta falta fazem.

Depois disso, ainda deixamos mais alguns pelo caminho. Como em Barueri, quando naquela tarde de pataquadas de Lauro e falta de pontaria de Andrezinho, ficamos no um a um. Mas àquela altura tudo não passava de encenação, o crime já estava feito e atendia pela onomatopéica alcunha de Gum!. A esperada quarta estrela não viria mais para Porto Alegre. O Inter deixava, abdicava deste caneco que por tantas rodadas buscou um time para chamar de seu. Naquele momento estava cumprida a missão de não encerrar o ano como Campeão Nacional.

E aí está a última rodada deste interminável certame que não me deixa mentir sozinho.

Agora as notícias dizem que estamos na mão do nosso maior rival. Que tudo depende do tricolor, alguns chegam ao ponto de falar em dignidade do Grêmio. Que dignidade, cara pálida?! Por que falar em dignidade quando tratamos de um time que passa o ano inteiro amarelando fora de casa, que com a vitória de hoje recebeu o título de maior time caseiro da história dos pontos corridos? Que tem parcela de sua torcida torcendo contra há algumas rodadas, que canta “Meeeengo!” na saída do jogo e tem Souza bradando aos microfones que entregará o jogo no Rio de Janeiro. Que dignidade, meus caros?!

Reclamem do GUM, culpem a direção que, mais preocupada com os cofres do que com a tabela, vendeu o time com o bonde andando e bancou a permanência de Tite por infindáveis rodadas. Reclamemos de D’alessandro, que jogou com vontade apenas dez por cento do campeonato, de Alecsandro, que ainda acha que é Nilmar. Reclamemos do juiz, de Fernando Carvalho, do Corinthians, do Papa, mas não do Grêmio. Pois este não ganharia do Flamengo, que vem de uma sequência de vitórias contra Palmeiras, São Paulo e Atlético MG, no Maracanã lotado, no jogo do título, nem se quisesse ou precisasse, nem se tivesse três goleiros. Nem parindo um elefante!

A glória de nos tirar o caneco não é do Grêmio.

Nem esta glória é do Grêmio.

Saudações Coloradas...

Nenhum comentário: