sexta-feira, 20 de novembro de 2009

No creo en las brujas, pero...

Por Marcelo Benvenutti


O Internacional de 2009, do segundo semestre, um dos times mais brochantes dos últimos anos que passou pelo Beira-Rio, não pela qualidade intrínseca de seu grupo, mas pela falta de aplicação dentro do campo como deveria ter a de um clube como o Inter, corre o seríssimo risco de, acreditem, ainda terminar o ano em alta com a torcida.

Não que eu acredite que terminar o ano com a vaga (valeu aí, Rospide) seja um grande objetivo. Ainda mais se a vaga for a da repescagem da Libertadores, mas, mesmo assim, é bem menos pior que aguardar o sorteio da CBF pra ver se viajaremos à Rondonópolis, Ji-Paraná ou Campina Grande. E o campeonato de 2009 está tão absurdamente descontrolado que se a pedra cair no Papa-Léguas é capaz de o Coiote comer frango com polenta na janta.

O sempre vivo São Paulo se mantém, mesmo que não jogando lá essas coisas, na ponta. O Flamengo, que vem atropelando com a simplicidade do Andrade e a genialidade de Adriano e Petkovic, tem "sustança" pra atropelar também os tricolores paulistanos. O Palmeiras do Muricy deu uma ré e atropelou ele mesmo, os amigos, a família e o doguinho do vizinho. O Galo do Roth vem cambaleando mais que galo de rinha detonado de esteróides, levando lambada e bicada de tudo quanto é lado. O Cruzeiro segue tropicando nos jogos mais improváveis e orbitando às margens do G4. Restam o Inter e o Avaí.

O Avaí? Sim, o Avaí. Três compromissos relativamente mais fáceis e o Avaí chega a 62 pontos. Parece improvável, mas não impossível. O Avaí ainda está vivo para terminar o campeonato no G4. Os outros abaixo ou jogam pela camiseta ou pela mala branca. Grêmio e Goiás ainda podem cometer alguns crimes. Daí pra baixo só o "imortal" Fluminense é que pode incomodar os outros jogando futebol além do óbvio daquele que esperam pelo décimo quarto salário de jogador desesperado.

E ... o Internacional. O Internacional! O que poderemos esperar do nosso Internacional? Tudo! E nada! Poderemos esperar ganhar as 3 e beliscar as primeiras posições? Poderemos ser campeões numa inusitada combinação estapafúrdia de resultados paralelos? Poderemos virar cabeça de chave no sorteio da Libertadores? Poderemos, enfim, vislumbrar alguns jogadores, figurões ou promessas, mostrando para que vieram e suando, sangrando e lacrimejando de dores para que o Inter vença? Sim! Poderemos!

Assim como poderemos não jogar nada, entregarmos partidas contra equipes rebaixadas, fazer fiasco, enterrar promessas, sepultar nomes e sobrenomes de beladonas do grupo e escutar as mais notáveis desculpas esfarrapadas da história que depois serão publicadas em um compêndio autografado pelo Píffero e o Fernando Carvalho depois de sustentarmos um glorioso sexto lugar ao final de tudo. Sim! Também é provável que isso aconteça. Ou, como diriam os gênios Cleber Machado e Caetano Veloso, não.

Sem nada a acrescentar, digo que minha mente racional me ensina que podemos nos classificar para a Libertadores e gremistamente comemorar com volta olímpica dia 6 de dezembro esta gloriosa conquista ou terminarmos em um inodoro quinto lugar. Minha mente ilógica de torcedor me diz que tudo pode acontecer, inclusive jogarmos bem e a torcida voltar a lotar o estádio e aplaudir os jogadores ao final dos 90 minutos, reavivando nossas esperanças abortadas para 2010.

No creo en las brujas, pero...

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