segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Toda a Síria ama Messi.

Por Raphael Castro


É possível que a cena tenha passado despercebida pela grande maioria, mas não, definitivamente não a este que vos fala. Rolava então aquela dorzinha de cotovelo básica por não estarmos lá em Abu Dhabi no sábado (“incrível a audácia destes castijos”, pensei eu, “jogando de branco só porque é com o Barcelona...”).

Sim, revelação

Quando já iam altas as minhas conclusões sobre o jogo – inclusive com a certeza absoluta de que só um clube neste planeta seria páreo para os catalães naquelas circunstâncias -, apareceu aquela imagem, límpida, cristalina, plena de simbolismos: vestindo uma camiseta azul-grená com o logo da UNICEF gritando em amarelo, uma senhora rechonchuda, com feições nitidamente árabes, levantou para as câmeras do mundo inteiro uma cartolina feita a mão, na qual se lia que “all Syria (coração) Messi”...

Mas what the...

Pensemos bem: o que teria levado aquela respeitável torcedora a agir daquela forma? Afora a muito improvável possibilidade de se tratar de uma ardorosa e obstinada fã do Barça, a imagem traduz à perfeição o futebol moderno e, principalmente, a sua gestão competente; é fato que a grande maioria do estádio era francamente a favor dos comandados de Pep Guardiola (e olha que eles estavam de...rosa) – para quem quiser pensar que as comemorações depois na Avenida Diagonal iam ficar desfalcadas, ema, ema ema; mas não nos enganemos, estimados(as) leitores(as): o Barcelona empatou o jogo a um minuto do final, naquele gol de pelada, não pelos milhares de ônibus que saíram de Girona e da Costa Brava, mas (i) em função do vacilo incrível da zaga platense e, mais importante, (ii) pelos milhares de Habibs que estavam ali emprestando os seus gogós também para xingar o General Franco.

Pois é

Confesso que até estava gostando do resultado: acho que seria um tremendo prêmio para Brujita Verón - fora que, enquanto o Barça perdia, a narração da partida não cansava de lembrar...do Inter.

Pois é 2

E aqui vamos finalizando, mas não sem antes deixar uma reflexão: quanto vale as tevês do mundo inteiro lembrarem que o Barça havia perdido este título três anos antes, para um time brasileiro, chamado Sport Club Internacional, que, vejam só, também vestia branco, etc., etc. e tal e coisa? Quanto ganha um clube em reconhecimento e receita pela simples divulgação passiva de ter estado lá em 2006 e ter subjugado estes mesmos astros do futebol mundial? A questão é da maior importância para nortear os objetivos do clube e da direção este ano. Sem erros, então, pois dá pra chegar lá de novo, coloradagem...

Até 2010

Então era isso. Ano que vem eu quero ver a arquibancada coalhada de burcas vermelhas - dou de lambuja também uma senhora ou um barbudão à la Bin Laden lá no meio, mostrando orgulhoso ao mundo um cartaz onde se lerá “Andrezinho, we love you...” (como diria o meu cosmopolita, poliglota, viajado e largadão avô, S.Assis P.Ererê,“vem cá, tchê, não tem aí um quibe de costela gorda...?”).

Tópicas: boas entradas

Boas festas e excelente 2010 aos colorados e também aos nossos amigos do “jogo do contente”....!!

Bem, caros leitores, por enquanto é só isso – e ponto final.

Fui (e não a pé)."

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