quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Uma nova esperança.

Por Gustavo Foster


Mário Sérgio cumpriu o prometido. Veio, ficou nem quatro meses, nos deu a vaga para a Libertadores e foi pescar no interior paulista. A escolha pelo “Vesgo” havia sido acertada. Acertada também foi, a meu ver, a contratação de Jorge Fossati.

Vários elementos, direta ou indiretamente referentes ao uruguaio, me fazem comemorar a vinda do técnico ao Internacional. O primeiro fator é justamente o fato de o novo treinador colorado ser estrangeiro. Eram especuladas as vindas de Luxemburgo, Muricy, Abel, Dorival Júnior. Bons treinadores? Alguns mais do que outros, mas todos figuras já recorrentes. A chegada de um estranho no futebol brasileiro é definitivamente um acontecimento novo. E acredito que uma tentativa de inovação nunca pode ser vista como algo ruim. Píffero e Carvalho mexeram em uma realidade que, há muito, estava em marasmo. Louvável.

Fossati chegou à capital nesta última segunda. Elegante, sóbrio, de simpatia moderada, concedeu entrevista coletiva, comentando sobre a forma que gosta de formar seus times, como trata seus jogadores e os adversários na Libertadores. O que se pôde notar foi um homem que quebra paradigmas já instaurados nas entrevistas pós-jogo. Diferente de Muricy Ramalho, consegue demonstrar claramente suas convicções, mesmo que divergentes, com educação. Ao contrário de Wanderley Luxemburgo, apresenta elegância e conhecimento sem vomitar arrogância. Não força amizade com os repórteres, muito menos inimizade. Não cometerá devaneios ofensivistas, tampouco retrancas homéricas. Um homem equilibrado, portanto.

No que diz respeito diretamente a seu trabalho em campo, o uruguaio demonstrou conhecimento importante sobre o elenco colorado. Citando por diversas vezes jogadores como Índio, D’Alessandro, Kleber e até Daniel, deixou claro que acha imprescindível o contato e a intimidade com o grupo. Ao mencionar que deseja “conhecer plenamente o grupo até o final de dezembro”, apresenta um interesse que pode andar de mãos dadas à vontade do Inter de vencer novamente a Libertadores. Libertadores, esta, que Fossati ainda não conquistou.

É importante analisar, também, os bons retrospectos do treinador em seus clubes anteriores. Respaldado por alguns títulos nacionais, e pelas recentes conquistas da Sulamericana e da Recopa com a LDU, Fossati provavelmente imporá respeito no vestiário. Parece ser um profissional centrado, sério e competente.

Basta, agora, esperar que comece o trabalho de Jorge Fossati no Inter. A expectativa é grande, a mobilização parece ser grandiosa em direção à Copa Libertadores. O grupo será mantido, reforços virão, a torcida está ansiosa e cobrando, mas de forma otimista, e não há o peso da necessidade de sucesso no Centenário. As chances estão todas aí. Fossati precisa, a partir de seu primeiro turno de treinamentos, sair da expectativa e ir em direção ao resultado.

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