quarta-feira, 15 de outubro de 2008

GRANDE CONTRA OS GRANDES

Por Gustavo Foster


Os números inspiram-se em Euclides da Cunha e mostram, impiedosamente, a realidade que todos vêem mas nem muitos percebem: o Inter tem aproveitamento de 38% contra os times que hoje estariam rebaixados no Brasileirão 2008. Diferente do escritor, os números apenas mostram o problema. Não analisam, não procuram respostas e não acham causas. Apenas o fato, três derrotas, um empate e infímas duas vitórias contra o G4 que se encontra ABAJO.

E a situação é recorrente. Nos últimos tempos, o time colorado porta-se, seguidamente, amedrontado (ou "desmotivado") contra times sabidamente fracos, que em situações ditas normais ofereceriam perigo mínimo. Quantos São Caetanos, Juventudes, Vitórias, Paranás, Ipatingas e Figueirenses já arrancaram valiosas quantias da pontuação colorada? Pontos que são lembrados nas contas finais, quando alguém cita – após longos minutos apenas escutando teorias vazias – a seguinte frase: "Pois é. Se a gente tivesse vencido a Ponte Preta, estaríamos na Libertadores".

Atualmente, pode parecer absurdo, mas garanto que se aplica à grande parte da torcida eu sinto mais tranqüilidade quando o Inter vai ao Morumbi jogar contra o São Paulo do que quando vai ao litoral paulista, jogar contra o horroroso Santos. Uma crise de benevolência aflige os corações dos profissionais vermelhos e a doação de pontos se dá enlouquecidamente. Jogadores aclamados como craques desaparecem, jogadores tidos como ruins são terríveis, os goleiros falham, a zaga fura, o meio não cria, o ataque erra, o técnico emburrece.

Uma explicação fácil seria o menosprezo. O Inter não leva os adversários mais fracos a sério e acaba indo mal contra eles. Aquela história da lebre e da tartaruga. Mas eu não acredito nisso. Não acho que seja esse o motivo. Não sei o que acontece, mas a culpa não é de uma provável soberba. Principalmente agora, que a humildade foi IMPOSTA, após dois anos ridículos.
Mas o meu medo tem sentido. Na próxima rodada jogaremos contra o Atlético Paranaense, candidato forte para o DESCENÇO no atual torneio. Tem tudo para ser um jogo fácil, E É ESSE O PROBLEMA. Volta D’Alessandro, volta Alex e volta o medo de perder mais três pontos que, em tese, seriam uma BARBADA.

Eu espero que, sábado, o time honre o nome, a camiseta e a história colorada, se portando como time grande que é, contra um time candidato ao rebaixamento. Esses três pontos já não mudam em nada, pois iremos pra Sulamericana e perder ou ganhar não vai mudar isso, mas o importante é a postura. O Internacional atual precisa ter postura de Internacional: grande contra todos.

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