domingo, 17 de maio de 2009

"GENINTER"

Por Raphael Castro


Como escrevinhador neste digníssimo espaço, costumo me mortificar com a escolha do assunto a ser abordado. Não raro, o tema da coluna me consome quase até o limite da entrega do texto, quando então junto “a agonia com a vontade de escrever” e dá no que dá. Só que, como diriam aqueles outros, “meus problemas acabaram”. Explico: a cobertura esportiva sobre o Inter tem oferecido material aos borbotões para quem se dá ao fastio da leitura crítica; nosso amado Colorado, caros(as) leitores(as), de acordo com a crônica, foi desmascarado feito um gigolô europeu, um vendedor de carro usado, um “sambarilóve” da bola. O Inter, hoje, é a Geni do futebol...

Fraudes

Quer dizer então que bastou pegarmos jogadores bípedes pela frente para vir a ressaca daquelas goleadas narcóticas, é isso? Ora, compreende-se a bronca: o time vinha jogando redondo, sendo incensado messianicamente do Pólo Norte à Terra do Fogo (digamos que o fato de aquele gol do Nilmar passar até em Plutão não exatamente “ajudou”); não me admira, portanto, que os flamenguistas viessem para cima de nós com os olhos borrados de sangue - o que, de resto, estava mais na cara que nariz no focinho. De fato, me intriga muito essa coisa de trombetear o óbvio (o óbvio, como sabido, é um irremediável egocêntrico): seria totalmente natural (1) que o time não desse espetáculo sempre; (2) que o ritmo eventualmente desse uma caída; e (3) que clube grande é diferente; então, ficarem agora as cassandras da mídia destilando que “eu sabia, eu sabia, eu avisei...” é de uma futilidade entediante.

Houston, we have a...

Só que tem boa parte da torcida que cai nessa esparrela primária – como, aliás, caiu porque quis também na época das mencionadas sarandas alucinógenas de até pouco tempo atrás. Sei. Aí o Taison faz o da vitória na quarta, num lance de gênio. Alto lá: não estou dizendo que o cara É gênio, que fique bem claro. Só estou dizendo para terem um mínimo de bom senso diante do raciocínio proxeneta das manchetes dos jornais (todos os jornais, bem-entendido). “Hoje, é lindo, amanhã provavelmente não vai servir mais”. Pois é. Há que se ter um pouco de inteligência. Mesmo para acompanhar futebol, né...

Opinião

Meu pitaco? Não, não tá tão mal. Antes que os mais apressadinhos me tachem de jatobá ou Tonho da Lua, peço-lhes gentilmente que vejam onde estamos até agora: campeão gaúcho invicto (hahãm, sem finalíssima); quatro pontos nos últimos seis disputados (opa, tudo fora de casa); sem tomar gol desde mil‑novecentos-e-vovô-era-piá (inclusive contra dois times do primeiro escalão do futebol nacional); disputando jogo de quartas-de-final da Copa Gata Borralheira em casa, sem tomar gol fora; pode perder? Pode. Pode ser eliminado na quarta? Pode. O mínimo que eu espero do Adenor é tirar raça do time e achar uma solução para eles jogarem melhor do que jogaram nas últimas duas partidas. Ponto. Simplinho assim. Mas mal, mal, não tá. Quanto àqueles que dizem que a bola do Inter minguou contra os grandes, que secou a fonte, que acabou a festa, que queimou a cueca, que e sei lá mais o quê, respondo que vesgamente miraram no certo para acertar no errado: jogou menos não porque joga (no presente mesmo) pouco; mas porque, nos dois últimos jogos, jogou pro gasto. E não, não perdeu. Pra pensar...(como diria o meu musical, festeiro, pé-de-valsa e conhecedor avô, o time “tá que nem gaiteiro canhoto: meio diferente, mas ainda anima o baile...”).

Tópicas: Palmeiras

Ah, sim, já que ainda não jogamos com ninguém, vamos ter pela frente mais um melhor adversário de todos os tempos da última semana...

Bem, caros leitores, por enquanto é só isso – e ponto final.

Fui (e não a pé).

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