domingo, 28 de junho de 2009

Decisão - parte 2.

Por Raphael Castro


Não tem nada mais irritante que problema sem explicação. Por exemplo, quando alguém cai doente, sem um mínimo de lógica nos sintomas, é batata: os médicos tascam logo uma “virose”; seu computador trava, engasga, cospe, sem qualquer motivo aparente, e você escuta do iluminado do técnico o popular “dá um ‘boot’ na máquina” (uma expressão pomposa que designa a genial providência do “desliga-e-liga-de-novo” – ironicamente, pelo som, também remete à ideia que costumamos ter inicialmente nesses casos, ou seja, dar uma belíssima “bootinada” na tal da máquina).

Segue-se

Aí é o seu time que decide refugar uma atrás da outra, assustadoramente, vertiginosamente. A explicação: “crise técnica”. Ê, meu Deus, lá vamos nós de novo: em primeiro lugar, como não sou médico nem técnico de computador, sinto-me bastante confortável em desconsiderar olimpicamente os seus abalizados pareceres e recomendações nesses casos. Por outras palavras, é óbvio que deve ter uma explicação para o que está acontecendo no Inter, que nem eu, nem você, caro(a) leitor(a), sabemos ou saberemos; convenha-se: esse time tem perfeita consciência do que tem de fazer, e de quando fazer. Alegarem agora, de forma singela, uma esotérica “crise técnica” ou mumunhas afins é fazer caridade com a boa vontade e inteligência do torcedor...

Ausências

Aí vem a lembrança da falta que faz o Nilmar: respeitabilíssimo argumento, sem dúvida. Mas o Alecsandro, misteriosamente ao contrário de agora, até vinha bem (não fosse o homem, a vaca já tinha ido pro brejo em pleno Beira-Rio contra o Rondonópolis, o que, cá pra nós, não é dos contextos mais agradáveis). Kleber? Deveras, excelente jogador – mas já estou exausto de ler sobre a pouca resposta que ele dá, que não se trata de um jogador vibrante, que ele não repete as atuações que tem ou teve sei-lá-onde, que piriri-pororó (inclusive, no começo do ano, teve, MUITA, repito, MUITA gente defendendo a titularidade do Cordeiro (!?!?) no lugar do nosso selecionável lateral-ala-meia-indefinido-tudo-junto; Marcio Garcia diria que o mundo só não é redondo se você for um Dalit...). Por último, outra ausência bastante sentida foi a de “El Cranio”, mais um que deve ter escutado muito que não vem jogando nada, que Andrezinho pedia passagem, que o meia era o nosso eterno “décimo-primeiro-e-meio” jogador, que sei lá o que mais. Bem, o que então quer dizer todo este parágrafo? Ora, que elenco pra ganhar pelo menos de uma LDU em casa nós temos, apesar dos fatos, esses ingratos (assim, com rima pobre mesmo...).

Título

A essas alturas, já deve haver quem esteja se perguntando que diabo o título teve a ver com o texto, afinal. Respondo: tudo; absolutamente tudo. Porque mesmo com o nhenhenhém da “crise técnica” - uma óbvia lorota, prestidigitação, fumacinha ninja, tertúlia para entorpecer bovinos -, a minha fé permanece impoluta, inabalável e inquebrantável, para a volta contra um clube mais perverso que Darth Vader, Voldemort, Sauron e Hannibal Lecter juntos (como diria o meu ético, filosófico, santíssimo e benéfico avô, S.Assis P.Ererê “mais malvado que mate vencido misturado com canha quente”). Não tenho a mais pálida dúvida de que triunfaremos contra os infieis do Timão. De que seremos bicampeões da Copa do Brasil E TAMBÉM da Recopa. De que o “algo” que está rolando agora será devidamente remediado até quarta-feira. E de que estaremos todos rindo de tudo isso no dia 2, tanto quanto alguns riem de piadinhas de fino gosto sobre símios em programas de rádio (muito obrigado, Deus, por eu ser colorado). Contra os paulistas, inclusive, encaro mesmo o jogo como um dever moral, um conflito cósmico do Bem contra o Mal, enfim, um embate do qual depende toda a estabilidade do universo e a manutenção da espécie humana como a conhecemos hoje. Do contrário, sempre tem a opção de dar um “boot”. Em alguém...

Tópicas: Gre-Nal de crentes

Engraçado: daria até para fundar uma nova igreja em POA com esse mantra do “eu acredito” agora por todo lado...

Tópicas 2: imor(t)alidade

A meiga estratégia da desqualificação do ocorrido no Mineirão dá bem a medida de certos estados de espírito: pobres imor(t)ais...

Tópicas 3: Professor Pardal

E se na ausência de Magrão, Glaydson fosse o “cabeça de área” e Sandro avançasse para a segunda do meio-campo, com Guiña e D’Alessandro?

Tópicas 4:

Reparem: a tal “crise” começou com a derrota em São Paulo e piorou muito com a demissão do...Muricy. Coincidência?

Bem, caros leitores, por enquanto é só isso – e ponto final.

Fui (e não a pé).

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