quarta-feira, 22 de julho de 2009

Organograma falho.

Por Gustavo Foster


Desde uma orquestra até uma colméia – passando por exércitos, continentes e empresas – , tudo baseia seu sucesso em uma organização. Organização esta que prima pela relação comandante-comandado. Combinada com uma estratégia, um ambiente favorável e mais alguns fatores que o Roberto Shinyashiky me ensinou, tudo tende ao sucesso.

Aproveito já para apresentar uma definição rasteira do termo "organograma", comumente utilizado na área de Administração: Organograma é um gráfico que representa a estrutura formal de uma organização. Credita-se a criação dos primeiros organogramas ao norte-americano Daniel C. McCallum, administrador de ferrovias, no ano de 1856. Os organogramas mostram como estão dispostas unidades funcionais, a hierarquia e as relações de comunicação existentes entre estes. Os órgãos ou departamentos são unidades administrativas com funções bem definidas. Num organograma, os órgãos são dispostos em níveis que representam a hierarquia existente entre eles. Em um organograma vertical, quanto mais alto estiver o órgão, maior a autoridade e a abrangência da atividade.

Pense agora no vestiário do Internacional. Nas entranhas do gramado perfeito do Beira-Rio. Qual é a organização do nosso clube? No papel, há o presidente do clube, que tem como subordinado próximo o vice-presidente de futebol. Este apresenta comando sobre o treinador, que delega funções junto ao grupo de jogadores. Está feito um simples rascunho da organização de um clube.

Porém, no Sport Club Internacional, problemas vão desde o funcionário mais poderoso aos últimos elementos do falho organograma, antes apresentado. O presidente, personagem inicial, não convence. Vitório Píffero é conhecido, há tempos, pelas desculpas esfarrapadas, pelas entrevistas indigestas, pelas atitudes descabidas e por uma singela arrogância não caracterizada com o clube que comanda.

Pois bem, passa-se para o cargo próximo, ocupado por Giovanni Luigi, o Robin de Píffero. Ele já ocupou todos os cargos possíveis. Como que um irmão, Luigi está sempre próximo ao presidente para defendê-lo, apoiá-lo e fazer o que for preciso para limpar a barra. Mas o problema é que Giovanni Luigi não impõe respeito, não se faz levar a sério. Em entrevistas, regurgita absurdos. Culpa a astrologia, demoniza a imprensa, chora por lesões. Quando perguntado diretamente sobre o time, que não dá resultados, irrita-se. As únicas reações ante as entrevistas de Luigi são a irritação latente ou o riso angustiado.

Sentado no banco de reservas, distribuindo coletes e fazendo substituições inúteis, Adenor Bacchi é apenas a árvore que nasceu de uma terra dura. Seus frutos são os 30% de aproveitamento nos últimos jogos. Muito já se falou sobre Tite. É evidente que ele não é técnico para o Internacional. "Mas não há opções no mercado", dirão os dirigentes, agora que Muricy foi para o Palmeiras, Luxemburgo foi para o Santos e meu cachorro está no veterinário. Mas Tite não é o problema (não o maior). Ele é apenas a conseqüência, apenas um sintoma. A doença é vem de dentro para fora.

E o único doutor que podia nos curar está maluco, com teimosias e dossiês.

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